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algures, carlos andré - Patrícia Claudine Hoffmann




Pausa para descansar a alma nesse novo e sublime livro de poemas, "Algures" (@editora.cloe Editora Clóe), de autoria do querido poeta carlos andré (@som_do_carlos )


Aqui o poema observa, entre outras paisagens, o próprio poema. Conversa consigo mesmo até abrir fendas e dizer dos desespaços fundamentais que abrigam a vida, o tempo... Dizer das rotas múltiplas dos signos que se refazem nas diferentes estações da palavra e seu Cosmos. Aqui o não-lugar aponta o lugar primordial que nos areja dos excessos de nós mesmos... Nos recebe com as mãos abertas da concisão, que é transporte do infinito, onde as palavras se desprendem de si, em si, para dizerem melhor. Aqui o poema é meditação. Aura. Hálito da montanha. Tem a generosidade de não agredir o silêncio, filho musical da beleza.

Obrigada, Carlos! 🙏🏽


Alguns poemas do livro:


*


escrever


até cante a caneta


o que falhe


escrever


(na página nasça um


peixe)


até


escrever


nunca baste


*


meus poetas vêm comigo


me fazem


atento


antigo um


tanto


tangido


*


estou sempre no prelo


como uma passagem


habitasse em mim


como forragem


fosse


de meus próprios


mistérios


fulguro o agora


agoro

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