Pausa para descansar a alma nesse novo e sublime livro de poemas, "Algures" (@editora.cloe Editora Clóe), de autoria do querido poeta carlos andré (@som_do_carlos )
Aqui o poema observa, entre outras paisagens, o próprio poema. Conversa consigo mesmo até abrir fendas e dizer dos desespaços fundamentais que abrigam a vida, o tempo... Dizer das rotas múltiplas dos signos que se refazem nas diferentes estações da palavra e seu Cosmos. Aqui o não-lugar aponta o lugar primordial que nos areja dos excessos de nós mesmos... Nos recebe com as mãos abertas da concisão, que é transporte do infinito, onde as palavras se desprendem de si, em si, para dizerem melhor. Aqui o poema é meditação. Aura. Hálito da montanha. Tem a generosidade de não agredir o silêncio, filho musical da beleza.
Obrigada, Carlos! 🙏🏽
Alguns poemas do livro:
*
escrever
até cante a caneta
o que falhe
escrever
(na página nasça um
peixe)
até
escrever
nunca baste
*
meus poetas vêm comigo
me fazem
atento
antigo um
tanto
tangido
*
estou sempre no prelo
como uma passagem
habitasse em mim
como forragem
fosse
de meus próprios
mistérios
fulguro o agora
agoro
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